sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Mesquinhez!

Nessa segunda-feira no estudo espírita nosso instrutor causou polêmica:
- Todo ser humano é mesquinho, os motivos que nos movem são extremamente egoístas.
Bem, é óbvio que por mais que saibamos o quanto estamos longe da perfeição, todos nos esforçamos pra fazermos o melhor possível e não gostamos de ouvir que somos mesquinhos.
Diante de tanto contestamento ele continuou:
- Vocês estão aqui por se preocuparem com a vida após a morte, não querem sofrer, e temem por isso, pelo bem estar próprio.
Bom, eu fiquei muito feliz pois não foi por isso que busquei um centro espírita. Uma colega, muito contrariada falou com um tom de revolta:
- Então muito melhor ser ateu, eu conheço ateus que fazem bondade e não é pensando na outra vida.
Ele respondeu que ateus não aceitam algo que esteja acima deles, eu não acho isso bem verdade. E como ele insitia em afirmar que todo motivo é mesquinho, sai da minha zona de conforto e comecei me questionar onde estaria minha mesquinhez.
Bem, eu não busquei um centro espirita aspirando vantagens extraterrenas, pra mim minha morte está tão distante que não consigo me planejar tanto assim. Mas, tão pouco fui esperando ajudar as pessoas e fazer caridade. Eu fui por sentir uma inquietação insuportável, aí reside minha mesquinhez, só me preocupo comigo antes de tomar qualquer atitude. Não me orgulho disso, mas reconheço a dificuldade em alterar esse quadro.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Os dedos são das mãos.


Deixar os dedos dançarem no teclado, e ver no que dá, assistir de longe o duelo entre pensamento e mãos, como se nenhum deles me pertencesse.
Eu sei que no final o eu, crítica demais, vai achar que o resultado não foi satisfatório. Como nada que flui sem sua fiscalização autoritária pudesse ser bom o bastante, pudesse não ser vergonhoso.
Os dedos dançantes param, como se vigiados pelo fiscal alerta. O fiscal pergunta se eles tem algo a dizer, eles questionam se isso é mesmo necessário, se só se pode se dizer quando há algo a ser dito. A discussão pára numa nova pausa.

Os dedos se sentem impelidos a parar, como se dançar por dançar, sem um fim específico, fosse um crime. Como se a música se fizesse necessária, como se só o sentimento não bastasse.

E ao final, novamente o autoritário eu bloqueia qualquer lapso de espontaneidade, deixando os dedos bobos apenas a espera de novas ordens a serem categoricamente cumpridas.