segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

 

Rupturas são parte da vida. E também da morte. Uma porta me fechou na cara. Talvez em grande medida por me recusar a não aceitar meu corpo. Me recusar a esconde-lo. Por isso sou constantemente punida, e cobiçada. As tempestades não vem só. Fragilizada, revendo minha vida afetiva-sexual me dando as costas. O cachorro adoece. O cachorro que acabou por se tornar o único elo com minha juventude. Mudei de casa, de rua, de cidade, de estado, as pessoas mudaram, afastaram, morreram, só o cachorro ficou. Agora, a vida vai se afastando dele, a vitalidade diminui, as pernas traseiras fracas, as doenças lhe tomam, e eu choro. Choro as rupturas, presentes, passadas e futuras, os abandonos, as dores, eu choro tomada pelas emoções dependo de pessoas próximas para trazerem alguma razão, alguma ordem em todo esse caos.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Iemanjá mãe de todos os orixás


Iemanjá! Divindade da Fertilidade. Relacionada às águas - nascentes e desembocaduras - essas emoções que fluem, ciclo caótico de nascer, viver, morrer... 

A sagrada maternidade é fluir de líquidos. Nossa concepção, por natureza, inicia com o gozo. Molhado. E dentro desse corpo de água forma-se o oceano primitivo. O qual deságua no nascer. Momento tomado de Ocitocina - amor e prazer. É o prazer vindo das águas que traz a vida. 

Mãe é o impulso de vida que vem de fora e reverbera em amor e prazer. Começa no óvulo, no sexo, na gestação, no parto e segue em todas as ações e relações que potencializam a vida, que inundam de ocitocina: alimento, sexo, amizade, prazer, luta - tudo isso tem um “que” de mãe, de água, de Iemanjá.