quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Quando não se tem nada a oferecer

 Hoje a notícia foi "a Mercedes saiu da Rússia". E eu gargalhei imaginando a duplinha EUA/Europa comendo junk food em carros luxuosos. Na foto o Putin escrevia algo sobre um capô e gostei de imaginar que fosse "beijo, tchau" assim bem debochado. 

A cada sanção fica nítido e evidente que o capitalismo ocidental tem pouco, muito pouco a oferecer. E atua numa lógica burra de punição. Foi assim com o gás, gente, para punir a Rússia a Alemanha ficou sem a possibilidade de fonte de energia. É como se nos fizessem crer que ter energia no território fosse uma lástima e não uma dádiva. Lembro um vídeo muito impactante da mulher falando as riquezas da África e que estariam muito dispostos à compartilhar, fonte de diamante tudo, mas a tática colonizadora européia foi depreciar, desestabilizar e saquear.  

A Mercedes, Mac Donald´s e qualquer corporação inútil dessa sair da Rússia é um favor que faz. E evidência como são frágeis essas corporações frente à uma nação. Elas se infiltram no governo, é monsanto usando ruralista pra fazer lobby no governo brasileiro, mas só trazem caos e não tem um poder real, porque o que elas vendem é falso e ilusório.

As nuvens se foram, finalmente o sol voltou a brilhar e ontem vi estrelas no céu!

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Cuida da sua vida

 E o que nos cabe além de cuidar da própria vida? A estrutura elementar, o princípio máximo de existência. Curioso como que um conselho tão importante é retratado em conversas de cenas televisivas e reproduzido num tom ofensivo. "vai cuidar da sua vida".

Pois aí que está o que há de mais sagrado e valoroso em nós. A vida. E que nos exige cuidado. Que nós, consciente e racionalmente cuidemos disso. Da vida que pulsa em nós. Como um primeiríssimo cuidado, que será estruturante para todo o demais. E nesse cuidado, identificando o que impede esse cuidado é que motivamos um engajamento político. Pra cuidar da minha vida é necessário ar puro, alimentação de verdade, moradia, e principalmente relações saudáveis. Que outros tenham tempo e tranquilidade para interagir. Que possamos nos ensinar, nos aprender, trocar dicas de cuidado para vida que pulsa para além do corpo individual.

o não corpo sem lugar sem vínculos

 Nasci sem identidade, sem comunidade, sem lugar, numa metrópole, filha de dois números. De números cujos ancestrais fugiram de perseguições políticas e miséria.

Às vezes sofro essas ausências, e sofro sobre maneira as ausências vindouras. Corpos humanos domesticados cuja única função é abrigar a mente que consome. Corpos que pouco se movem, que não toleram temperaturas, texturas, dores, emoções, sabores. Essa negação das necessidades dos corpos  aparece em conversas triviais, ela disse "ah, eu amei morar em Portugal, dá pra comprar tudo! Só comida e moradia que é caro, mas de resto: TV, celular, carro, roupas, bolsa, maquiagem."

E se eu sentia falta da comunidade agora poucos terão casa. A modernidade líquida da sociedade do espetáculo nos vende uma vida fake e maquiada em fotos de estética pasteurizada. E pílulas. Para artificialmente produzir um lapso de alegria para fotografar.