Rupturas são parte da vida. E também da morte. Uma porta me
fechou na cara. Talvez em grande medida por me recusar a não aceitar meu corpo.
Me recusar a esconde-lo. Por isso sou constantemente punida, e cobiçada. As
tempestades não vem só. Fragilizada, revendo minha vida afetiva-sexual me dando
as costas. O cachorro adoece. O cachorro que acabou por se tornar o único elo
com minha juventude. Mudei de casa, de rua, de cidade, de estado, as pessoas
mudaram, afastaram, morreram, só o cachorro ficou. Agora, a vida vai se
afastando dele, a vitalidade diminui, as pernas traseiras fracas, as doenças lhe
tomam, e eu choro. Choro as rupturas, presentes, passadas e futuras, os
abandonos, as dores, eu choro tomada pelas emoções dependo de pessoas próximas
para trazerem alguma razão, alguma ordem em todo esse caos.
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