quinta-feira, 17 de março de 2022

O que importa

Temos um chão para pisar.

Talvez as coisas piorem. Talvez as condições necessárias à vida tornem-se ainda mais inacessíveis. Nesse cenário de guerra, em que as "nações" respondem ampliando investimento em arsenal bélico. O suporte natural chega no seu limite, a quantidade de pessoas que migram em consequência das alterações climáticas aumenta vertiginosamente sem nenhuma política séria de mitigação em todo ocidente midiático. Mais bombas são produzidas, mais tecnologia para qualificar mísseis. 

Não é o rumo social que queremos e trabalhamos como podemos para alterá-lo. Esperamos a dissolução da OTAN, acordos de desarmamento, investimentos pesados em reflorestamento, mitigação ambiental, alteração de matriz energética. Esperamos, e trabalhamos apontando as possibilidades de caminhar nessa direção. Mas, percebemos o quanto que as políticas de destruição se impõe. Quem sabe a aproximação de um cenário catastrófico alimente a fome de acumular, de salvar a si próprio, foguetes pra marte, bunkers abastecidos, sítios cercados com fonte de água pura. Ações que confirmam a percepção do tamanho caos social em que estamos. Saber disso e não se desesperar. Saber disso e justamente tornar-se mais e mais generoso. Nesse cenário catastrófico. O que nos importa manter da humanidade é o amor, a capacidade de construir relações pautadas no respeito à vida em sua potência. É isso que precisamos salvar e resguardar. Enquanto a lógica de apropriação e dominação rui, não é possível que se sustente, que se perpetue, não é possível pois não há "recursos naturais" pra isso, ademais pulsamos por florir e esse cenário tóxico não é favorável ao florescer humano. Nos mantemos firmes no propósito de viabilizar o desenho social que coíba relações abusivas, um modelo no qual o bem viver seja o objetivo de toda a decisão política, e direcionamento financeiro. 

Essa firmeza vem do chão. 

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