Muito me intriga o "espírito" em Marx. Isso porque eu tenho sede de saber o que sinto, sinto que há "espírito". E por muitas vezes ao longo dos textos Marx fala do espírito. Eu me encafifo, já não me importa a mercadoria e seu valor de uso ou de troca, eu quero que ele me diga do espírito. E ele diz do espírito do capital, da fábrica. E sinala uma explícita oposição com o "espírito vital". Em O Capital, tomo 1, diz assim:
"O trabalho uniforme aniquila o espírito vital."
Me parece que foi por muito estudar Marx que Rudolf Steiner, sem jamais citar Marx e se declarar comunista traz toda receita de preparados que atua fortemente torando dinâmico o trabalho. Bem, esse é apenas um pequeno recorte da biodinâmica que vai muito além. E acaba por constituir núcleos de existência de "espírito vital" forte o bastante para submeter, na medida do possível, o "espírito do capital".
Na ilha em que morei, havia um pico, denominado Baepi. Ele me ensinou que precisa de um corpo saudável para subir 1.030 metros de altura, mas que precisa ainda mais de um espírito determinado, que como recompensa se fortalece em sua subida. Isso não apenas em nível individual, como no grupo. Que quando não acontece de um se diferenciar com soberba sobre suas capacidades físicas, mas antes disso, cooperar elevando a moral, esse grupo se coesiona de uma forma muito linda. Assim como os trabalhos autogestinados e cooperativos, que dignificam a existência humana.
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