Num primeiro momento acreditei que sim. Mas fiquei pensando como seria a materialização desse repasse de verbas. Me lembrei da guria que fez uma página no face "diário de classe" que expunha o total descaso da administradora do colégio, dinheiro até tinha, o que não tinha era uma administração competente. Acho que são professores que administram escolas. Mas, como podemos deixar tal função para o licenciado em história por ser mais simpático e "informado"?!
Ao ler o texto Ao povo na rua, dinheiro me dei conta de que nossa educação já é falha por depender financeiramente do estado, e assim, servir inevitavelmente para reprodução dos seus interesses. Agora iremos, nas escolas, trabalhar para o interesse do estado e petrobrás. Aumentando a dependência dessa.
Mobilidade urbana idem. Estamos caminhado para aumentar a dependência da população pelo estado, e desse pelas grandes corporações. Oras, para mim isso é mais importante de se combater do que a corrupção. Essa "escravidão moderna" é que nos está saturando de verdade. Não o capital por si só, ou a corrupção do estado, mas nossa dependência (crescente) desses.
Seria necessário medidas emancipatórias. Você conhece algum pequeno empresário? Te digo, são verdadeiros heróis. No Brasil não há espaço para inovação, a alternativa mais fácil é se vender de assalariado para uma megacorporação, essa sim, tem facilidades de imposto, influência no estado, fazem e acontecem. Aí está o problema, aí nasce o corruptor que exatamente nesse instante está com um sorriso faceiro e vitorioso, não ter que pagar propina vai aliviar bastante seus gastos! E nós, população e estado, estamos caindo numa enorme cilada.
Medidas disfarçadas que no fundo só visam lucro monetário de pucos. |
liberdade É certo e inegável que a corrupção é algo inaceitável. Mas, talvez tenha que ser combatida na causa, na raiz. No corruptor. Meu irmão tentou algumas vezes ser empresário, a primeira foi com uma empresa de ploter. Ele mal tinha dinheiro para pagar as máquinas, certamente não teria tanto dinheiro para corromper ninguém, de modo a ganhar uma licitação (como lhe foi proposto). Empresários locais, tendem a se interessar mais pelo desenvolvimento de sua cidade. Eles podem fazer empresas em sua própria residência. Isso significa muita coisa, uma das pautas das manifestações e do descontentamento geral é mobilidade urbana, isso porque os empregos estão centralizados e a população mais carente "periferizada", criando "pólos" de emprego, pequenas empresas domiciliares, isso diminui. Mas, então, talvez nosso foco tenha que ser a política do BNDES. Ou o modo de educação, que atualmente é voltado para reprodução do que está dado, inclusive na universidade. Quase não existe outra alternativa que não a de ter carteira assinada. Estamos todos a disposição da iniciativa privada de megacorporações.
Com falta de opção a única saída é vender-se. |
fraternidade Atualmente parece que temos que fazer um esforço sobre-humano para mantermos nossas virtudes. Às vezes eu me vejo fazendo de tudo para me agarrar na pureza, na humildade, em reconhecer um irmão no ser humano ao lado, e me puxa pela perna com muita força, a ganância, o individualismo, a pressão para desconfiar no malandro ao lado, eu tenho que estar sempre muito atenta para identificar e combater essas tendências... Será que não devia ser o oposto? Os que tem essa tendência gananciosa, opressora, autoritária e individualista que deveriam se sentir socialmente pressionados a mudar? Pode soar meio moralista, talvez seja, minha ignorância sobre moral me leva a defender esses valores, mas não um moralismo conservador (eu acho), um moralismo que harmonize nossa vida social. E ao que me parece, solidariedade e humildade ajudam e muito no convívio social.
Minha alusão aos valores defendidos na revolução francesa não é uma tentativa de reproduzi-la, de importá-la. Até porque nem seria possível. Mas subir mais um degrau. De lá (tempo e lugar) pra cá muita coisa mudou, mesmo nosso entendimento de liberdade, igualdade e fraternidade. A aplicação desses conceitos continua bastante falha e incômoda. Acho que é esse incômodo que nos levou às ruas, pelo menos a mim. Ainda mais se contextualizarmos, com a crise na Europa, isso é, eles investiram na educação, mas nem por isso estão prósperos e felizes. Queremos abolição da escravidão moderna. Queremos a educação e trabalho libertários e emancipatórios, que dificilmente será comprada com dinheiro de petróleo.
Um dos homens mais revolucionários na minha opinião foi Gandhi. Ele trabalhou incessantemente pela emancipação da Índia, pois viu como a única forma de libertá-la da insistente opressão inglesa. As medidas adotadas por ele foram várias e que enfrentavam o governo, que defendia o interesse inglês. Usou da desobediência civil, ao usar sal marinho e assim não pagar o imposto obrigatório para o governo. Ficava horas fiando sua própria roupa, e difundia essa ideia, para libertar as pessoas de terem que pagar os preços absurdos por tecidos ingleses...
Emancipação |
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