segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sustentabilidade/sustentação!


Aparentemente, podemos dizer que o nosso objetivo principal tem sido descrever, para então podermos estudar, a realidade. E a tarefa não é fácil...

Desde filósofos antigos temos gerado produtos a fim de atingirmos essa meta, pois os produtos gerados foram tantos e tão incríveis que acabaram por nos desviar de tão nobre objetivo.
Me explico melhor, imaginemos que duas pessoas vejam uma batida de carro, cada uma irá descrever o ocorrido de uma maneira, de acordo com seus conhecimentos, elas escolhem palavras mais elaboradas ou simples, conforme a sua cultura, ela pode “tomar partido”, por exemplo se uma costuma correr a causa do acidente está na estrada mal acaba, a memória pode influenciar, uma recorda mais detalhes, existe ainda a possibilidade (consideravelmente comum) de alguém mentir.

Enfim, uma realidade pode ter diversas interpretações, e ainda partimos do fato de que nenhuma dessas interpretações será a realidade em si, pois há uma distorção entre o fato vivido e o narrado, consistem em duas ações distintas. Nesse caso, inventamos a linguagem considerada mais real e menos passível de sofrer distorções, a matemática, que se desenvolveu nas suas parentes. Dizer que o carro estava muito rápido é vago, e depende do conceito particular de cada indivíduo, mas dizer que estava a 120Km/h é indiscutível.

Obviamente, que a finalidade principal da matemática não é aplicar multas mais exatas, calcular o numero de miseráveis no planeta, dar valor a pedaços de papéis... isso não passa de distração, a verdadeira finalidade da matemática consiste em ser uma linguagem precisa no desenvolvimento da ciência, que pouquíssimas pessoas se interessam, pois a distração é tamanha que nos engoliu, a ponto de ignorarmos quais são os cientistas da atualidade e o que os preocupa no momento.

Li numa revista uma analogia legal, a ciência é o alicerce de uma casa num plano de lama. Construímos alicerces que consideramos profundos, sem no entanto termos a certeza de terem alcançado solo firme, a partir dai começamos a construir uma casinha, que se tornou um sobrado e a partir daí um imenso castelo em constante ampliação.

Pode ser que alguns estejam se dando conta de que o castelo está lentamente se inclinando para um lado, e que precisamos parar de ampliá-lo para lhe fortificar a estrutura, ou senão ele irá ruir de um momento ao outro. Eu imagino que no momento, precisamos embasar o castelo social nos pressupostos ambientais.

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