Vou começar a narrar um pouco do documentário, isso é, spoiler!!
O documentário trata basicamente da matança de golfinhos que ocorre no Japão, os motivos são complexos e não lineares. A iniciativa partiu do treinador dos golfinhos que "interpretaram" o Fliper. Ric passou por uma experiência profunda, ele se apegou a uma "golfinha" pois são animais inimaginavelmente inteligentes, dóceis e carismáticos. No entanto, apesar de sua carinha sempre feliz a golfinha cometeu suicídio em seus braços ao, conscientemente optar por parar de respirar. A partir de então, o então rapaz, passou a sentir a necessidade de proteger os golfinhos, e se sentir culpado, pois, graças ao sucesso de Fliper, diversas pessoas passaram a nutrir o desejo profundo de ver, mergulhar e tocar em golfinhos. E outras pessoas, que sentem a necessidade de ganhar muito dinheiro, notaram uma demanda e construíram aquários e piscinas para proporcionar essas experiências aos "consumidores de emoção".
Golfinho, nós sabemos, não cresce em árvore. Eles nascem nos oceanos, e precisam ser capturados para ser expostos em cativeiros. Embora o SeaWorld afirme que eles se reproduzam muito felizes em suas piscinas. O ex-treinador supracitado, atualmente ativista ambiental, foi em busca da fonte dos golfinhos sorridentes e exibidos. Descobrindo uma pacata cidade no Japão denominada Taiji, a cidade (parece muito, muito, muito uma piada surreal, mas não é) possui monumentos à golfinhos e baleias, e diversas áreas são "privadas" e de acesso restrito, as quais não se pode filmar.
Sangue de golfinhos tingem a água numa enseada em Taiji. |
Golfinho de US$ 150.000 no SeaWorld mantido em cativeiro para que consumires de emoção possam beijá-lo. |
Afinal, porque matar tantos golfinhos sem que haja tanta demanda, nem para o consumo alimentar, nem para o consumo de emoção? Golfinhos comem peixe, assim como nossos amigos japoneses, e todos os onívoros que buscam saúde e ômega-3, para serem mais inteligentes e bonitos. Logo, eles são competidores do mercado e os responsáveis pelo colapso pesqueiro! São pragas dos mares. Parece outra piada bizarra, e eu espero que seja. Outro fato sugerido no documentário se baseia no orgulho Japonês. Eles tem a tradição de matar mamíferos marinhos há milhares de anos, e aparecem alguns ocidentais prepotentes e dizem, "ei, mas nós amamos a fauna carismática! Não se pode matá-los. Só se pode matar vacas, galinhas, porcos e peixes." E então trata-se de algo bastante cultivado na nossa esquisita sociedade soberania e poder...
O documentário expõe maiores (e igualmente bizarros) detalhes, como a instituição que protege as baleias e não passa de uma fraude, em que o Japão paga para países miseráveis opinarem a favor da permissão da pesca de baleia...
No site do Take Part - the cove, diz que a quantidade de golfinhos mortos diminuiu. Não sei como eles conseguem contar e nem sei se tudo o que foi dito condiz fielmente com a realidade. O Japão afirma que não. Mas as imagens eram reais, e independente dos motivos os massacres acontecem anualmente.
Acho que vale sempre se questionar sobre nosso papel nisso. Apesar de ser algo distante, tudo está conectado e interligado. Eu, costumo me questionar há algum tempo, e assim como me sinto mal em assistir o massacre de golfinhos o mesmo me passa com todas as demais espécies, as quais deixei de consumir ano passado. Mas, ao mergulhar costumo sentir a necessidade de tocar na pouca e pobre vida marinha que resta, algo que passarei a questionar. E se sentia vontade de nadar com golfinhos, ou mesmo pagar para montar num barco e ir grunhindo e soltando fumaça até eles, já não sinto mais. Gostaria apenas de assistir a harmonia entre todas as espécies, todos os terráqueos (título do próximo documentário, o qual já baixei!).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Nos eduquemos juntas.